Eu sou o poeta, que correu o mundo,
Que sentiu tristezas
E calou misérias.
Eu sou o poeta, que viveu o mundo,
Que buscou respostas
E encontrou silêncios.
Eu sou o poeta, que esqueceu o mundo,
Que sorriu à vida
E caminhou sozinho.
No deserto de ilusões,
Os amigos desprezaram meu falar
E eu pouco me importei,
Porque, algum dia,
Os amigos serão simples,
Serão bons
E eu perdôo os de hoje, por aqueles.
No mercado de ilusões,
As mulheres gargalharam meu olhar
E eu pouco me importei,
Porque, algum dia,
As mulheres serão puras,
Serão nobres
E eu perdôo as de hoje, por aquelas.
No templo de ilusões,
Os sacerdotes romperam meu rezar
E eu pouco me importei,
Porque, algum dia,
Os sacerdotes serão sábios,
Serão crentes
E eu perdôo os de hoje, por aqueles.
O poeta é o mensageiro da esperança,
O poeta deve crer
E eu creio,
Porque
Eu sou aquele,
Que, ainda, sonha flores
E descobre estrelas,
Eu sou aquele
Que, ainda, busca anjos,
Onde existem feras,
Eu sou aquele
Que, ainda, prega aos fortes
E defende os fracos…