Eternidade
O canto é indefinido,
A noite triste.
O luar tem rabugens de rancor
E brilha
E foge
E para
E olha
O vate só.
O canto é indefinido,
O vate escuta.
As árvores são espectros
De inverno,
Assombraçães
Do quadro estranho.
O vate pensa,
A noite é triste.
Ninguém lamenta
E nenhum grito
De boca fria
Acorda a vida,
Que dorme, calma,
Virge’entre loucos.
E o canto é indefinido
E a noite é triste
E o vate escuta.