Neste tempo de naves pelo espaço
E de espaços, no tempo, descobertos,
Eu vivo navegando por desertos,
Que se escondem detrás de meu cansaço.
O meu cansaço sempre foi vanguarda
Da cidade que albergo junto a mim,
Cuja ponte atravesso de cor parda
Por causa d’água vinda do jardim.
Nesta cidade, mora tua imagem
Despida do que trouxe d’outro centro,
Colorida por nítida paisagem
Do universo que tenho cá por dentro.
Neste tempo de naves pelo espaço
Eu inda vivo atrás de meu cansaço.